terça-feira, 30 de novembro de 2010

Karaoke

Dia 11 de Dezembro de 2010, depois dos jogos de sueca, sessão de karaoke na sede da A.R.C.O.! Afinem as gargantas e apareçam!

IIIº Torneio de Sueca

No passado sábado, dia 27 de Novembro, realizou-se no Ozendo a 1.ª fase da terceira edição do Torneio de Sueca, 20 equipas inscritas (40 jogadores), a disputarem os apetecíveis prémios: 400 suecas (1.º lugar), 200 suecas (2.º lugar) e 100 suecas (3.º lugar).

Pouco passava das 18 horas quando os jogadores oriundos de diversos locais; Torre, Soito, Fóios, Ruivós, Sabugal, Penalobo, Vilar Formoso, entre outros, sem esquecer as equipas da casa, se juntaram na sede da ARCO para aí passarem uma noite de jogo e convívio. Não esquecer a única equipa feminina inscrita; Lurdes e Ivone!

Formalizadas as inscrições, procedeu-se ao sorteio das equipas e dos grupos. As 20 equipas foram divididas em 2 grupos, com 10 equipas cada. Cada equipa irá ter como adversárias as restantes equipas do seu grupo.

Cerca das 19h30 iniciaram-se os jogos, só interrompidos para o jantar. Foi servido um Frango à Braz feito pelas cozinheiras de serviço.

Mas o jantar foi pouco duradoiro, a vontade de continuar a jogar era maior, pelo que os jogos continuaram com grande concentração de todos os jogadores.

Por volta da meia-noite os jogos foram suspensos. Estes irão continuar no sábado dia 11 de Dezembro, altura em que se irão também disputar os quartos, meias e final deste IIIº Torneio de Sueca do Ozendo.










quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Excursão à Feira da Castanha

No passado dia 13 de Novembro, em autocarro solicitado à Câmara Municipal do Sabugal, o Ozendo viajou até Marvão à Feira da Castanha.

A partida estava prevista para as 9h00, mas os preparativos começaram mais cedo, era necessário preparar o farnel, comida e bebida não podia faltar, tanto que até se levou um frigorifico para manter as minis à temperatura! Depois dos 27 inscritos se terem instalado, o autocarro partiu ao seu destino, sempre em grande animação.

A primeira paragem verificou-se na Estação de Serviço no Fundão, era necessário reconfortar os estômagos e provar o presunto e jeropiga.

Findo o “pequeno-almoço”, direcção Alagoas, à Quinta do Ti Rodolfo Proença, onde já nos esperavam para o almoço. Carne assada, chouriça, arroz doce, bolos, nada faltou! Na ementa houve até, para as meninas, direito a um passeio pelo meio dos bois! Deixamos aqui um agradecimento aos Proença pela hospitalidade e pela amizade.

Já em Marvão, que se encontrava repleto de gente, pudemos desfrutar não só das castanhas do Alentejo, mas também de um dos locais e paisagens mais bonitos do nosso País.

As gentes, o ambiente de festa, a animação constante (houve até tempo para um pezinho de dança num bailarico!), as barraquinhas de artesanato e gastronomia local tornaram este dia inesquecível para todos os que participaram.

Antes da partida para casa, houve ainda tempo para mais um petisco no farnel, aproveitando para nos despedir de Marvão.

Um dia bem passado, deixando a promessa de outras viagens que nos permitem o conhecimento de outras realidades.
























CONTOS DA NOSSA TERRA …(continuação)


Ozendo, do nosso desapego forçado


    O José Augusto ainda está desesperadamente à espera de se conformar com esta despedida. A angústia e a ansiedade apoderam-se dele com frequência. A solução passa por dar uma escapadinha às origens, sempre que pode, nem que seja só, para respirar aqueles abençoados e puros ares, espairecer, as vistas na riqueza de tanto arvoredo e paisagens verdejantes sem igual. Assim sim!... renasce-lhe uma alma nova. Sim, ele prefere retornar aqui para reganhar forças mesmo quando na diáspora - ora aqui, ora ali, quer seja em Bruxelas, em Munique, em Paris, Ile-de-France em New York, New Jersey, California, ou até Benguela, Luanda e Catete - tal qual o conterrâneo Manuel António Pina, que diz ter tido que nascer outra vez, fora da sua terra, para se sentir vivo.


    Que grande alvoroço com que se acordara neste dia lá em casa!... parecia - e estava mesmo - tudo de pantanas. Camas desmontadas, roupas dobradas e sobrepostas em camadas, malas arrumadas umas, outras em arrumação, sacos de batatas, de feijão, de castanhas, de garbanços tudo para ali encostado não sabia muito bem porquê!... O meio da casa estava um autêntico labirinto ele no seu tamanho minúsculo perdia-se nele. Até a salgadeira andava a monte com os restos da desmancha do porco à volta com chouriços, farinheiras, morcelas e o saborosíssimo entrecosto curtido.


    ... Ao colo da mãe?... É como quem diz..., isso era o que a mãe lhe queria impor à força, que ele não estava quieto nem por um momento. Parecia ter bichos carpinteiros, como lhe repetia.

    Embora ele não compreendesse ainda o que se estava a passar, só sabia que o momento era de grande agitação, um misto de festa e de preocupação e isso, ele não queria deixar passar ao lado.

    - Está quieto, Zé olha que me sujas a roupa toda -resmungava a mãe.

    - Oh!... Deixe-me... - Era quanto o José Augusto tinha para dizer.

    - Olha que fazes uma asneira e levas uma nalgada. Se não estás quieto, digo ao teu pai.

    - Diga!... que me importa?... Ele não a ouve - era a vez de ele resmungar. Não que ele fosse mal educado por sistema, mas porque sabia que naquelas circunstâncias, num misto de euforia, de azáfama e de preocupação, tinha o direito e sobretudo a liberdade de responder como bem entendesse porque sabia que nenhum mal viria ao mundo.

    Entretanto, traquinice para aqui brincadeira para acolá, sem saber como, pareceu-lhe ver, ao olhar pela janela, tudo a ficar para trás. Estaria com alucinações? Estaria ainda na cama a sonhar?... Nada disso. Sem se dar conta tinha desengatado e destravado a camioneta, tudo num ápice. Esta começou de imediato a engolir centímetro a centímetro metro após metro, ganhando cada vez mais balanço, em direcção ao Ribeiro Chão de Porto, lá ao fundo do acentuado declive.

    - Acudam!... Acudam!... Aqui d’el rei. Ai quem acode... Valha-me Deus... Jesus, Maria e José nos valha... Acudam... Socorro... Socorro.

    O José Augusto atarantado e surpreso, via sua mãe esbracejar, virando-se para um lado e para o outro, para frente e para trás sem perceber o que se estava a passar.

    O Germano que estava lá atrás em cima da carroçaria a dar uma ajuda na arrumação dos escassos móveis, com a destreza que lhe era habitual, num abrir e fechar de olhos, saltara para o chão, correra para a cabina agarrado ao taipal e conseguira deitar a mão ao fecho da porta tentando desesperadamente abri-la ao mesmo tempo que puxava para trás, especando-se com os pés no solo que teimava em escapar-lhe, na tentativa de fazer parar aquele monstro. Em vão… Ele que era um homem possante, que já tantas vezes fizera parar, o seu carro de bois em circunstâncias parecidas bastando-lhe agarrar-se às aduelas, sentia-se agora impotente. Era escusado. Não via meios de salvar a mulher e o filho de morte certa esborrachados lá em baixo contra um qualquer freixo ou amieiro que bordejavam o ribeiro. Cada vez a camioneta embalava mais. Agora, ora pendurado na porta, ora fazendo que ainda controlava a corrida, insistia em gritar:

    - Ó mulher saltai a baixo. Abre a porta – encorajava ele.

    - Não abre – respondia a mulher, engalfinhando a mão em tudo o que era pinchavelho, menos naquele em que devia. E a camioneta cada vez embalava mais... e mais.

    - Abre o vidro e dá-me cá o garoto, depois salta tu - gritava o Germano em desespero de causa, já a suar e prestes a entrar em pânico. Pois sim. Era a mesma coisa que nada nem a Maria Cláudia prestava atenção às suas palavras nem ele se fazia sequer entender. Era um pandemónio. Até que:...

    - Pronto. Pronto. Não foi nada - ouvia balbuciar a seu lado com uma voz tranquila e assombrosamente calma, já com uma mão no travão outra no volante, Jaime Peixoto, o motorista, que entretanto depois de se debater lá atrás com a carga mal acondicionada saltara da carroçaria directamente para a cabina sem fazer alarido e discretamente, conseguiu sentar-se no lugar, que afinal era o dele.

    - Ufa... - Respiraram todos de alívio. Enquanto isso o Germano estatelava-se no chão, projectado pela travagem brusca do veículo, já na subida que ladeava a Tapada Ti Zé Vaz. Ao mesmo tempo que praguejava, raios e coriscos circulavam a sua aturdida cabeçorra, que parecia agora, pesar dez vezes mais:

    - Porra!... Porra!... parecia que já estava quase parado e ainda dei um trampásio que me espaparrei ao comprido - clamava, virando-se agora para o José Augusto, enquanto tentava acalmar-se - Raio do garoto que nunca está quieto…

    - Depois das últimas arrumações na caixa da velhinha e simpática Berliet, após muitas e chorosas despedidas, seguramente de mais de metade da aldeia,… lá arrancaram finalmente para onde parecia ser o fim do mundo.

    - Olha Pai, o que é além naquele monte?

    - É Guarda, filho, e lá no ciminho vê-se o castelo. Estás a ver?

    - Parece já ali… não parece?

    - Parece!?... Parece… que o diga o Tio Manel Tate, que quando ia pagar o foro da Quinta do Prado Fundeiro, ao feitor do Conde Tarouca, lá no Solar do Lactário com o carro das vacas carregadinho de centeio, demorava um dia inteiro.

    - Tanto tempo pai?... Então além deve ser o Cabo do Mundo.

    No entanto, o rumo era tão só, a cidade mais alta, qual baluarte, sentinela sempre vigilante, em defesa do solo pátrio com o altaneiro castelo, agora reduzido àquela imponente torre de menagem que se vislumbra apenas à distância de umas chancas de gigante, lá ao cimo de outeiros e colinas, com a altivez de quem está no topo do mundo.

    Era o começo de uma nova vida completamente diferente, tão diferente quanto o é, a mudança de um pequeno mundo, a aldeia, remota, verdejante, airosa, plena de liberdade - em suma paradisíaca - para o anonimato da fria, forte, fiel farta e formosa mas ao mesmo tempo austera cidade da Guarda, com um corrupio de acontecimentos macabros e um polícia a cada esquina.
    No Outono seguinte, por ironia, ali estava ao colo da mãe, após terem carregado todos os tarecos, na plataforma-caixa de uma camioneta de carga, já do tempo da guerra, daquelas que pareciam andar de calças arregaçadas. O destino quis que esperasse pela partida, mesmo ao fundo das escadas que ele tanto desejou, um dia após outro, subir e descer com a sacola carregadinha de livros e cadernos. Agora já nem tinha coragem de olhar para lá, já pressentia a nostalgia que lhe iria roer a alma pela vida fora.
    Ali estava ele, vivinho da Silva, pois então, sempre sobrevivera.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CONTOS DA NOSSA TERRA


Ozendo, do nosso desapego forçado


    Naquela manhã de princípio de Outono, o José Augusto de mão dada com a sua mãe, dirigiu-se à escola situada ao fundo da aldeia. Era um edifício encantador, tinha sido construído à custa das contribuições desinteressadas e generosas dos seus vizinhos, quando ali se começaram a fazer eco, nos longínquos anos, os ideais republicanos do ensino gratuito para todos - é que para se fazer uma revolução cultural, ou outra qualquer que seja, não basta proclamá-la com fervor como fazia aquela gente lá de Lisboa que nos governava, é preciso muito mais que isso, é preciso levá-la à prática - disso logo se deram conta aquele punhado de almas.

    Com o pouco dinheiro de poucos, a muito boa vontade de muitos e o trabalho esforçado de todos, em três tempos viram a sua obra sublime levantada, e logo aquela escola, qual universidade do lugar, se tornou famosa por léguas em redor tal era a afluência de jovens de palmo e meio das aldeias vizinhas, ávidos por beber o elixir da sabedoria e das letras. Da Torre, de Quadrazais, de Vila Boa, do Cardeal, de Pouca Farinha, de Rendo, de Soito e até de Vale de Espinho faziam diariamente uma romaria aquela aldeia, «situada em um vale verdejante – o Ozendo -» como a definiria o Doutor Manuel Joaquim Correia, na sua obra publicada e amplamente divulgada.

    O José Augusto sonhava com o dia em que a escola viesse também a ser sua. Sonhava poder brincar nos belos canteiros que ladeavam as escadas circulares que davam acesso à porta, para lá da qual se aprendiam a ler as histórias que tanto apreciava. Sonhava também, poder plantar e regar lá,… nos canteiros, flores as mais variadas e outras plantas que veria todos os dias crescer.

    Porém, finalmente o dia chegara.

    Meio escondido atrás da mãe, subia agora, ansioso, as escadarias redondas, que embora com apenas meia dúzia de degraus lhe pareceram intermináveis. Num acto de aparente coragem, especou-se à porta, como que para contemplar o ambiente e se familiarizar com ele, num acto desafiador aos grandes, que bem perfilados de batas alvíssimas se sentavam nas carteiras. Ainda sob o olhar atento e simultaneamente acusador daqueles “grandalhões” por fim, lá entrou.

    Apertando sempre e cada vez mais a mão da mãe e insistindo em se esconder atrás do seu avental florido, juntos, dirigiram-se à secretária do senhor professor.

    - Muito bom dia - adiantou o professor.

    - Muito bom dia, nos dê Deus, Senhor Professor - retorquiu a Maria Cláudia.

    - Então o que a traz por cá - insistiu o professor solícito.

    - Ó senhor professor, vinha ver se inscrevia aqui o nosso rapaz na primeira classe, que ele anda mortinho por aprender as letras.

    O José Augusto sentiu o seu coração dar um baque. Algum mau pressentimento... mas há-de passar...

    - Que idade tem ele? -questionou o professor.

    - Vai fazer sete anos - adiantou a modos que a medo a Maria Cláudia.

    - Então quando é que os faz? -indagava o professor.

    - É só a 13 de Abril do ano que vem - respondeu a Maria Cláudia.

    - Então ainda tem muito que esperar -ironizou aquele- só para o ano. Este ano já não há vagas, estão todas preenchidas. Sabes Maria, há muita canalha que vem de fora. Além disso só se pode inscrever com sete anos feitos.

    Pronto!... Cá estava a confirmação do mau pressentimento do José Augusto. Agora, o coração parecia correr a galope e querer saltar fora do peito. As picadas que pareciam agulhas afiadas sucediam-se umas atrás das outras. Ele nos seus seis anos, bem queria falar, bem sentia até necessidade de gritar a sua revolta, mas o coração constrangido e o estômago apertado, não o deixaram. Que grande desilusão... Fora a primeira da sua vida, que se lembre. Nem os muitos tombos e quedas, nem a faca que espetara no queixo, de que tão bem se recorda, ao tropeçar num degrau das escadas de sua casa, quando ao subi-las, na sua torpeza de criança, lhe trouxeram tanto sofrimento, tanta amargura, tanta desilusão. A apreensão e a revolta era infinitamente maior mesmo de quando, quais aves agoirentas, o rodeavam carpindo “coitadinho se a faca se espetasse um tudo nada mais atrás, morria”.

(continua)...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Magusto 2010

Nem o frio que se fez sentir na tarde do dia 31 de Outubro, abalou o calor humano originado pelo Magusto que se realizou na sede da A.R.C.O.

Um monte de caruma já estava nas traseiras do edifício, para aí se assarem as castanhas. A fogueira serviu não só para as assar, mas também para “raspar” as mãos no carvão, para as típicas brincadeiras de enfarruscar a cara!

Por fim, um agradecimento ao Manel Zé e Isabel pelo pão caseiro, à Marinete pelo presunto e à Junta de Freguesia de Quadrazais pela jeropiga, que muito contribuiu para a animação da festa.
















“Super Cogumelo”

Na semana passada, o Manel Zé com o Mudo foram à caruma para o Magusto. Ao recolhê-la no Souto dos Castanheiros, no sítio do Lameirão, qual não é o espanto dos dois ao ver, escondido, um cepo de tamanho descomunal. A surpresa foi tanta, que até o Mudo disse: “Ai Jesus”!

Um “cogumelo” de 1,7 kg, a provar que os fenómenos não são só no Entroncamento!