Contam-nos a Luísa e o Zé Paleco, que sempre foram os encarregados da Ordenha, que esta foi criada em Fevereiro de 1979, terminando de laborar a 31 de Julho de 1999. Se numa primeira fase esta pertencia ao Ministério da Agricultura, depois passou para “mãos” da empresa Recoleite.
Todos aqueles que tivessem vacas podiam vir aqui para estas serem ordenhadas. O serviço era gratuito e pagava-se ao dono da vaca o leite recolhido. A ordenha efectuava-se todo o ano, todos os dias da semana e acontecia duas vezes ao dia, de manhã (a partir das 6h30) e à tarde (a partir das 18h00).
As pessoas chegavam e aguardavam a sua vez, entrando depois no edifício por uma porta, onde estavam 3 preserves (locais onde eram colocadas as vacas, para serem ordenhadas, tipo jaulas), onde as vacas entravam. Depois eram colocados os aparelhos com as tetinas e os animais eram ordenhados. As vacas saíam depois por uma porta contrária à de entrada, para não se cruzarem com as vacas que ainda eram ordenhadas.
Por dia recolhiam-se cerca de 500 litros de leite, mas a Ordenha possuía tanque reservatório que podia alojar 1000 litros de leite. Todos os dias, ou dia sim dia não, passava camião a recolher o leite.
Diz a Luísa: “todos os miúdos gostavam de vir à Ordenha. Então aqueles que só vinham cá nas férias, era a loucura!”, refere também que “antes as ruas podiam estar sujas das bostas das vacas, mas o dinheiro que se recebia pela venda do leite era uma ajuda para todas as famílias. Todas as famílias tinham, pelo menos, uma vaca.”
E quem não se lembra de “ ir à Ordenha”?
Actualmente, o edifício encontra-se todo degradado. Quanto aos aparelhos que a constituíam, foram retirados pela Empresa e muitos desapareceram…
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