quarta-feira, 21 de abril de 2010

Alminhas

As Alminhas são pequenos altares, de culto aos mortos, frequentemente decorados com cenas do Purgatório. Encontram-se, geralmente, erguidas em encruzilhadas de caminhos, quase sempre rurais, em matas ou perto de cursos de água, podendo também estar incrustadas em velhos muros ou na frontaria de casas.

Não se sabe a origem da sua construção, mas a crença de deuses protectores nos caminhos é muito antiga. Os antigos gregos, ao longo dos caminhos e encruzilhadas, ergueram pequenos monumentos dedicados a Apolo, Hécate e Hermes, os celtas também prestavam culto a divindades nestes locais. Já os Romanos veneravam os Lares Compitales, deuses das encruzilhadas. Mas, enquanto os altares romanos tinham como finalidade a protecção dos campos e dos viajantes, as Alminhas apenas pedem a oração dos que por elas passam, em favor das almas do Purgatório.

Foi a partir do Concílio de Trento, 1563, que o dogma da existência do Purgatório foi fortemente difundido, assim como o costume da “encomendação das almas”.

No Ozendo existem duas alminhas; uma junto ao Tanque de lavar a roupa, e outra no caminho depois da Ribeira. Ambas de granito, a primeira com a data de 1796 e a outra de 1800 (?).

A primeira apresenta a data por cima do oratório, exibindo este ainda vestígios de pintura. A coluna, decorada por linhas onduladas, parece ser anterior e um elemento reutilizado. Já a segunda alminha, apresenta data por baixo do oratório, tendo a coluna também elementos inscritos.

Posteriormente, faremos estudos individuais e mais pormenorizados de cada alminha, tratando-se estas de vestígios significativos da arte popular portuguesa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Já agora, fica aqui também referido que a pedra escava que serve de PIO (bebedouro) na fonte em frente à Associação, não será uma pedra qualquer. Depois de ser retirada de ao pé da fonte de mergulho junto às eiras foi ali colocada. Este monolito escavado não será uma sepultura da Idade Média como alguns defendem, mas antes um local de rituais religiosos «MITRA» anteriores à implantação do Cristianismo na região.